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Santo Antônio Energia investe R$ 15 milhões em pesquisa para testar a influência de diferentes tipos de solo na instalação de usinas solares
Estudo inclui a construção de um parque fotovoltaico em Porto Velho (RO), em área de 14 mil m² nas dependências da hidrelétrica
A Santo Antônio Energia investirá um total de R$ 15 milhões em uma pesquisa para avaliar a influência de diferentes tipos de solo na instalação de usinas solares. Para isso, a companhia inaugurou um parque solar de 14 mil m² em Porto Velho (RO), onde está testando módulos solares em seis tipos de solos, como areia, brita e grama sintética. O objetivo do estudo é verificar qual tipo de terreno permite uma maior eficiência das placas bifaciais, que são aquelas que produzem energia em seus dois lados e prometem um maior aproveitamento do sol, já que utilizam também a radiação refletida no solo. A pesquisa contempla ainda uma avaliação sobre eficiência da utilização de carros elétricos nas condições climáticas da Amazônia.
Na planta, são utilizados 1.440 módulos solares com capacidade total de 735kWp. A usina funciona como um laboratório e não tem como objetivo inicial comercializar a energia produzida, que será utilizada nas instalações da Hidrelétrica Santo Antônio em Porto Velho, e também servirá para abastecer os cinco carros elétricos adquiridos pela empresa para a segunda frente do estudo que testará o comportamento das baterias no clima quente e úmido de Porto Velho.
A pesquisa tem prazo de dois anos e integra o Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Pela lei 9.991/00, as empresas de geração de energia hidrelétrica têm que dispor de, no mínimo, 1% da sua receita operacional líquida (ROE) para projetos de pesquisa e desenvolvimento em eficiência energética.
A usina instalada pela Santo Antônio Energia em Porto Velho tem cerca de 10% do tamanho de uma usina fotovoltaica média para a geração comercial. Em termos de projeto de pesquisa, é o primeiro em grande escala que avaliará o papel do solo na produtividade das placas bifaciais. Estudos já disponíveis no mercado indicam que esses equipamentos podem gerar até 30% mais energia do que as placas tradicionais, monofaciais. A ideia é aprimorar e ampliar esse conhecimento.
A pesquisa tem sinergia com os compromissos de ESG da Santo Antônio Energia e tem como objetivo final contribuir para o desenvolvimento e o crescimento do mercado de geração renovável no país. O relatório final ficará disponível para o setor no site da ANEEL.
Além do estudo sobre o solo em usinas com placas bifaciais, a pesquisa investigará também o comportamento das baterias de carros elétricos nas condições climáticas da região Norte. É sabido que as baterias de lítio-íon não podem ser submetidas a altas temperaturas e a ideia da Santo Antônio é verificar a durabilidade e a eficiência desses equipamentos, que serão usados no apoio às suas operações em Porto Velho.
A empresa comprou cinco veículos elétricos para o estudo, dos quais quatro carros de passeio e um minifurgão, que serão utilizados pela equipe de manutenção e operação. Os equipamentos serão abastecidos com a energia gerada pela usina solar objeto do estudo. Há, ainda, a perspectiva futura com o estudo que a Santo Antônio Energia também possa avaliar a possibilidade de substituir toda a sua frota operacional de veículos movidos a combustíveis fósseis por veículos elétricos. Os resultados também farão parte do relatório final do estudo entregue à Aneel.