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O Sistema de Transposição de Peixes da Hidrelétrica Santo Antônio garante a migração das espécies no rio Madeira

 

Com o início do período da piracema em novembro, a quantidade de cardumes que utilizam o STP aumenta. Há registros de mais de 107 espécies diferentes de peixes utilizando o sistema, incluindo grandes cardumes de curimbas, jatuaranas, pacus, douradas, jaús e pirararas.

O STP é um canal que reproduz as características naturais do rio Madeira, incluindo sua vazão, permitindo que os peixes ultrapassem a barragem da hidrelétrica e sigam normalmente seu curso pelo rio. Isso garante a desova e a manutenção da atividade pesqueira. O canal possui cerca de um quilômetro de extensão em seu canal principal e dez metros de largura, e funciona desde 2012.

De acordo com a bióloga da Santo Antônio Energia, Marcela Velludo, que é Doutora em Ciências com ênfase em Ecologia e Recursos Naturais, o funcionamento do canal tem sido extremamente satisfatório nestes anos. Para avaliar o funcionamento do STP, são feitos monitoramentos rotineiramente, incluindo o uso de equipamentos de telemetria para obtenção e transmissão de dados a distância. Os equipamentos são colocados nos peixes, e o monitoramento é feito por antenas instaladas ao longo do STP, que detectam a localização e o movimento dos animais no canal.

 

 

Outra forma de monitoramento utiliza uma marcação colocada na parte externa, perto da nadadeira do peixe, para identificação quando for pescado. É dessa forma, por exemplo, que se constata até onde o peixe nadou depois que saiu do canal.

Também é realizada a captura de peixes dentro da estrutura para identificação de espécies, com peso e medida, e posterior soltura. “Esses estudos avaliam a eficiência do STP e fornecem informações sobre a biologia e o comportamento dos peixes. Já sabemos, por exemplo, que o período prioritário para a migração dos peixes com a utilização do canal se concentra na época da piracema, porém, percebemos que várias espécies utilizam a estrutura durante todo o ano”, explica a bióloga.

Há registros de mais de 107 espécies diferentes de peixes utilizando o sistema de transposição como caparari, surubim, barba-chata, peixe lenha, babão, filhote, pintado, entre outros. Vale ressaltar que durante a piracema, é importante respeitar as proibições de pesca estabelecidas no período de Defeso para não prejudicar a migração e a reprodução dos peixes rio acima.