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Cetas registra primeira reprodução em cativeiro no Brasil de uma espécie de macaco zogue-zogue
Família de macacos será solta na natureza
Um casal de macacos zogue-zogue (Callicebus brunneus), proveniente de apreensão do Ibama, se reproduziu no Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres). O filhotinho nasceu no dia 28 de maio e a família será reintroduzida na natureza, na mata da Unir, nos próximos dias. Acredita-se que este seja o primeiro registro de nascimento em cativeiro dessa espécie no Brasil.
Os trabalhos de observação comportamental para soltura dos animais estão sendo desenvolvidos pelo estudante do oitavo período de Biologia da Unir, Nicholas Magalhães, orientado pela professora de Ciências Biológicas, Mariluce Rezende Messias. Há quatro meses ele observa o comportamento do casal no recinto do Cetas para a realização de seu Trabalho de Conclusão de Curso e notou algo curioso. Bandos de macacos da mesma espécie que vivem livres na mata da Unir, localizada ao redor do Centro de Triagem, começaram a se aproximar da família em cativeiro. A instalação de uma armadilha fotográfica em uma goiabeira que fica bem em frente ao recinto dos macacos possibilitou registrar a comunicação visual e sonora entre os animais livres e os que estão presos, o que fez concluir que os macacos em cativeiro serão bem aceitos no bando, quando forem soltos ainda neste mês.
Segundo o analista Socioambiental da Santo Antônio Energia, Javier Cisneros, a reprodução em cativeiro de algumas espécies de macacos é rara, o que atesta que no Cetas os animais vivenciam condições mínimas de estresse. Ele acrescenta que a soltura dessa família na natureza é outro motivo de comemoração já que retornarão para seu habitat natural.
Cetas
O Cetas foi construído pela Santo Antônio Energia em 2009 nas dependências do campus da Unir, para receber os animais que necessitavam de cuidados veterinários, resgatados na área da hidrelétrica e do reservatório. A função do espaço sempre foi receber, avaliar e cuidar dos animais para devolvê-los à natureza, sempre que possível. Desde 2012, com o término das atividades de resgate de fauna pela concessionária, praticamente todos os animais que estão no Cetas são provenientes de apreensões e recolhimentos do Ibama. Para se ter uma ideia, dos 75 animais que estão hoje no local, 71 são provenientes do instituto, mas o espaço é mantido pela Santo Antônio Energia que, oportunamente, transferirá o local para o Ibama. O Cetas não é aberto à visitação.